Estamos diante de um momento de rápidas mudanças no modo como as pessoas se inter-relacionam. Nos últimos anos, acompanhamos um crescente uso de sites da internet e de redes sociais como fonte de informação. De acordo com Statista (2024), 55% dos brasileiros leem notícias online e, em 2023, passavam, em média, nove horas e 13 minutos conectados. Silva (2024) aponta que 60% das crianças entre 9 e 10 anos estão inscritas em alguma rede social. Apesar desses altos números, o relatório da OCDE (2021), com dados do PISA, nos revela que 48% dos jovens brasileiros não aprenderam na escola como decidir se podem ou não confiar em notícias que leem na internet. Esses são alguns dados que nos alertam sobre a importância do letramento midiático para a população em geral, mas, em especial, na educação básica, quando os jovens iniciam seu contato com redes sociais e seus desafios, como entender as consequências de fornecer informações pessoais nas redes sociais, o que 51% dos jovens relatou não aprender na escola (OCDE, 2021). O letramento midiático é fundamental para a tomada de consciência sobre, entre outros temas, a desinformação e como podemos evitar disseminá-la e sobre como podemos nos relacionar de forma ética e crítica nas mídias digitais. Sabemos que a Base Nacional Curricular Comum (BNCC) aborda o letramento midiático, porém, indiretamente. O documento menciona que a educação digital deve estar presente para que os estudantes possam compreender, analisar, definir, modelar, resolver, comparar e automatizar problemas e por meio do desenvolvimento da capacidade de criar e adaptar algoritmos, com aplicação de fundamentos da computação para alavancar e aprimorar a aprendizagem e o pensamento criativo e crítico nas diversas áreas do conhecimento (Brasil, 2017). Diante do exposto, o mini curso “Letramento midiático na educação básica” tem como objetivo iniciar um debate sobre letramento midiático para educadores, como os campos de atuação do letramento midiático, quais sejam ler, escrever e participar e quem é responsável por abordar o letramento midiático na escola, para que professores e professoras sintam-se mais confiantes para abordar o letramento midiático em suas aulas e desenvolver o pensamento crítico dos estudantes. Para atingirmos o objetivo, pretendemos (i) debater o tema por meio de perguntas disparadoras em mini grupos, abrindo, posteriormente, para todo o grupo e (ii) fazer uma breve explanação sobre os eixos do letramento midiático (iii) analisar e discutir duas atividades realizadas pelas pesquisadoras na educação básica e (iv) levantar dos participantes ideias sobre propostas pedagógicas viáveis em seus contextos. Palavras chave: Letramento midiático, Pensamento crítico, Educação básica.

Ministrantes: Daniela Pellosi (PUCSP)

a) Apresentação do(a) minicurso; Os dispositivos móveis estão cada vez mais presentes na vida da sociedade, e na área da educação essa tendência se replica, com os estudantes exigindo cada vez mais estratégias engajadoras para experimentar as mesmas sensações propostas pelas telas. Nesse contexto, esta proposta de minicurso apresenta o conceito de Arquitetura Pedagógica, que, de acordo com Behar et al. (2019), é composta por quatro aspectos: Organizacional, Conteúdo, Metodológico e Tecnológico. Esses aspectos visam capacitar os professores a desenvolverem planejamentos alinhados às necessidades educacionais atuais. b) Objetivo geral; Capacitar participantes na criação de arquiteturas pedagógicas, unindo teoria e prática para desenvolver ambientes de aprendizagem inovadores e adequados à realidade escolar. c) Justificativa implícita; A educação tradicional enfrenta desafios diante das transformações sociais. Garantir a formação cidadã e preparar os estudantes para o trabalho e estudos exige repensar currículo, metodologias, espaços e o papel do professor. Assim, a educação busca novas estratégias para se reinventar. A aprendizagem ocorre por meio da interação do sujeito com o meio, tornando essencial a aplicação das Arquiteturas Pedagógicas (AP) na sala de aula (Biancardi, 2020). A AP orienta o planejamento das atividades, promovendo melhores resultados didáticos. Segundo Behar (2009, p. 24), trata-se de um conjunto de premissas que direcionam o currículo e se concretizam em práticas pedagógicas. d) Conteúdo ou resumo teórico sobre o tema; Segundo Moran et al. (2018), diante dos desafios atuais impostos à educação em distintos níveis, modalidades e contextos, é premente retomar o significado, o sentido, as teorias e as possibilidades de desenvolvimento da prática pedagógica, por meio de metodologias ativas. 

Ministrantes: Horrana Naichele Costa de Oliveira Morschheiser (UFRGS) e Bianca Goulart dos Santos (UFRGS).

O minicurso intitulado "Tecnologia Assistiva de Baixo Custo e Ferramentas Digitais no Ensino e Avaliação de Estudantes com Deficiência Intelectual e Transtorno do Espectro Autista no Ensino Fundamental" tem como objetivo apresentar estratégias e recursos de Tecnologia Assistiva (TA) de baixo custo, bem como ferramentas digitais acessíveis que potencializam o ensino e a avaliação de estudantes com Deficiência Intelectual (DI) e Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Ensino Fundamental (1º ao 9º ano). A proposta enfatiza práticas inclusivas que favorecem a participação ativa dos estudantes e promovem sua autonomia, com base nos princípios do Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA) e da acessibilidade educacional. Durante o minicurso, serão exploradas alternativas acessíveis para adaptação de materiais pedagógicos, plataformas digitais interativas e metodologias ativas que contribuem para a diversificação das práticas avaliativas. A relevância deste tema se reflete na necessidade de educadores estarem preparados para lidar com as diversidades cognitivas dos estudantes, promovendo estratégias inclusivas e eficazes. O minicurso fornecerá aos participantes subsídios teóricos e práticos para o uso de tecnologias acessíveis, contribuindo diretamente para a formação de professores mais preparados para garantir equidade na educação.

Ministrantes: Daniele Mattos do Nascimento Alberich (UFF) e Adriana da Silva Maria Pereira (UERJ)

O minicurso “Educação visual: O uso estratégico do PowerPoint no aprendizado” explora o uso estratégico do PowerPoint como ferramenta para potencializar o ensino, alinhando-se à temática “GT 19 - Tecnologias e Educação” do Congresso Nacional de Educação (CONEDU) 2025. Diante do avanço das tecnologias educacionais, a proposta busca capacitar educadores a criar apresentações visualmente atrativas e pedagogicamente eficazes, tornando o aprendizado mais dinâmico e estimulante. Embora amplamente utilizado, o PowerPoint ainda é subaproveitado no contexto educacional, muitas vezes se limitando a slides estáticos e pouco interativos. O minicurso visa demonstrar como a organização visual das informações, o uso de animações e recursos podem transformar apresentações em ferramentas didáticas mais envolventes. O conteúdo abordará estratégias para estruturar materiais de forma clara e objetiva, tornando os conceitos mais acessíveis e estimulando a participação ativa dos alunos. Além disso, será promovida uma reflexão sobre o papel das tecnologias no ensino e suas contribuições para o aprendizado. A metodologia será dinâmica e interativa, combinando exposição teórica, análise de exemplos e atividades práticas. Os participantes terão a oportunidade de recriar apresentações, explorando técnicas para tornar seus materiais didáticos mais atrativos e personalizados. Ao final, esperamos que os educadores desenvolvam maior autonomia no uso da ferramenta, incorporando estratégias inovadoras para tornar suas aulas mais eficazes.

Ministrantes: Julia Pimenta dos Santos (UFRN) e Christiane dos Santos Pimenta Alves (UFRN)